quinta-feira, 13 de março de 2014

Quarta de chamas



Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.”
[Luís Vaz de Camões]








Quando os olhos falam
e queimam,
traduzem o que o coração esconde
 na parte mais abissal,
e chama,

nem precisava estender-me as mãos. E o teu abraço, verdadeiro e demorado, bordado de toda a saudade, tanta saudade... me fez sentir o teu coração e ele pulsava junto ao meu, e o que era oculto se revelou num instante, sem precisar de palavras, quando estas nasceram e brotaram de ti, tudo já estava revelado e tão nítido. Na tua voz havia lágrimas, em nossos olhos chovia. E todo aquele barulho ao redor, de repente silenciou e a multidão desapareceu, como se fôssemos só nós dois e um amor que nunca nos deixou. Era uma quarta, e seriam cinzas, mas tornou-se chama outra vez.

[nas cinzas da quarta, as chamas de um amor em cinzas]








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