domingo, 22 de setembro de 2013

Menina de turbante





Menina de turbante,
com tecidos coloridos
e sorriso estampado no rosto.

Tão belas amarrações
fazem a tua cabeça
e te deixam ainda mais bela,
apesar de tão grande
já ser a tua beleza.

De ti irradia uma luz,
que se espalha e te espelha.
A força que tu tens
é a tua maior riqueza,
vem da tua raiz ancestral,
tua história de lágrimas
e grandezas.

O teu turbante, menina,
é majestoso, realeza!
E a tua cor, preta,
a tua cor preta
é a tua nobreza.

Este turbante imponente,
em contraste com a tua pele
 ébano iluminada,
é uma jóia rara,
coroando uma deusa negra.






domingo, 4 de agosto de 2013

Vale e Brinde



Uma menina conversava com o seu avô
no banco de uma praça,
dessas pracinhas bem simples
 e com tantas histórias e estórias guardadas.
 Não sei se deveria ou se tinha esse direito,
 mas aquilo me prendeu de uma forma,
 aquilo me envolveu tanto,
que escutei e gravei, em minha mente,
 cada palavra daquele diálogo doloroso.


Ela perguntou por que amar doía tanto, mas ela perguntava isso com tanta intensidade, como se estivesse num abismo gritando em desespero, como se clamasse ao avô, com os seus olhos despetalados e coração despedaçado, que lhe arrancasse aquilo do peito. E o seu avô, apesar da voz rouca e falha, falava de forma suave – um contraste gritante naquele barulho interior da menina – e falava com a sabedoria que a vida lhe deu e que não se encontra nos livros, mas pode ser vista claramente em cada ruga no seu rosto.

Ele disse que o amor e a dor andam juntos, lado a lado, quem ganha um, leva o outro, como um brinde martírio.

É Como a formiga, que carrega uma folha pesada nas costas, quase se arrastando, para compartilhar com as outras formigas, e no final, come apenas um pedacinho daquela folha e, apesar da imensa fome, aquilo lhe alimenta bem mais.

Como a pérola que surge da ostra, beleza que nasce da dor, beleza que nasce por amor.

Como uma mãe dando à luz.

Como aquela folha que acabou de se jogar daquela árvore, para que outra possa nascer renovada em seu lugar.

Ele ia falando de dor e de amor com tanta simplicidade, de uma forma que nunca ouvi ninguém falar e a sua voz trazia paz, apesar do tormento intrínseco em cada uma de suas palavras. Não sei explicar o porquê, mas a sua voz trazia paz. Palavras com sangue, com uma voz de paz. Era isso.

E a menina  chorava, chorava muito, chorava tanto que chegava a soluçar, e ele a abraçava bem forte e dizia:

- Está vendo? As suas lágrimas são a dor, o meu abraço é o amor.

- Eles estão sempre juntos, minha neta. 


[Confesso que também chorei. Não sei se por dor ou por amor. Talvez os dois]




E num cantinho da praça um poeta declamava:

“O amor é o sol, a dor sua sombra
Assombra
O amor é o vale, a dor é o brinde
Vale um brinde ao amor!
Pois não amar também é dor”





domingo, 23 de junho de 2013

E de grito em grito, o gigante acordou...




Nossa fome não é de bola.
Como um país pode gastar bilhões em copa,
enquanto tantos vivem às esmolas?

Nossa sede é de mudança,
não queremos ver a nossa pátria de chuteiras,
enquanto o nosso povo dança.

Nosso grito não é de gol,
é de dor.







domingo, 12 de maio de 2013

O maior amor de todos



A vida pulsa dentro do teu ventre
e é embalada nos teus braços fortes,
o que te torna ainda mais especial,
dentre todos os seres.
Transmites todo o cuidado,
todo o carinho e afeto,
desde o feto,
e até o fim é assim
não importa a idade,
o teu colo sempre é o melhor lugar,
o mais acolhedor, o mais confortável,
o que traz mais alívio e paz.
És guerreira
defendes com tuas garras afiadas
de todas as ameaças, de todos os perigos,
as tuas mãos são como
campos de força divinos,
nada de mal alcança
a quem  destes a luz,
és a própria luz,
estrela-guia,
iluminas a vida
e tornas todos os caminhos mais fáceis,
por mais duros que sejam os trajetos.
És mágica
e o teu instinto de mãe
é tão incrível e tão maravilhoso,
que percebe tristezas, alegrias, perigos
e sempre sabes como agir em todas as situações
da maneira mais especial.
És sábia
e a tua imensa sabedoria
sempre te faz usar as palavras certas,
que trazem força para seguir
e enfrentar o mundo,
aproveitar as cores
e suportar as dores desta vida.
És um anjo protetor
e embaixo das tuas asas iluminadas
os medos são menores,
as alegrias são maiores,
tudo é mais tranqüilo e mais ameno
sempre há mais segurança quando tu estás,
desde os medos da infância
do escuro, de dormir sozinha,
do monstro da janela,
até os medos da vida adulta,
da insegurança, da incerteza
em momentos de difíceis decisões
sempre estás lá,
tornando tudo mais feliz,
mais valioso, mais leve
aliás, a  leveza reside em teu nome,
Mãe
palavra que transborda força e luz,
composta com o que há de mais belo,
verdadeiro, importante e essencial.
E o teu amor,
Ah! Este é o maior de todos,
maior que tudo,
maior que o mundo,
imensurável
E é este mesmo amor
o que sinto por ti.
minha rainha,
 minha mainha.


Desejo um feliz dia das mães para todas as mães, em especial para a minha querida e amada mãe Áurea Portela, o maior amor da minha vida.


sábado, 9 de março de 2013

Mulher: Sexo sorte




Tua força move o mundo,
Tua sensibilidade
deixa o mundo mais ameno,
Tua suavidade
deixa o mundo mais sereno,
Tua delicadeza
deixa o mundo mais leve,
Tua graça
deixa o mundo mais encantador.
A vida se forma dentro de ti
e transformas o mundo
com o toque macio
e firme das tuas mãos.
Majestosa!
Capricho da natureza
Maravilhosa!
Jóia de maior grandeza
Monumental!
Dona de várias belezas.
Tens ares de guerreira
com essência de anjo,
carrega a vida no ventre,
embala a vida nos braços,
dá corda no mundo,
conquista uma nova história
com braço forte,
com a poesia que exala
em cada poro, em cada dor,
em cada curva do teu corpo sedutor,
em cada luta, em teu clamor
em cada vitória alcançada com ardor
e cada gota de sangue
que derramas mês a mês
reflete um ciclo sublime
em que nada termina,
tudo nasce outra vez.
Todo o amor
que habita em ti
 te espelha e se espalha
e enfeita a vida
com levezas radiantes,
És divina, fascinante!
Tudo isso se traduz
Em ti, mulher!
E não há nada de frágil nisso
És forte!
O sexo sorte

[Todos os dias são nossos dias!]



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sentimentos férteis



Que as esperanças renovem-se,
 afinal de contas,
esperanças não criam rugas.
Que a poeira que ficou acumulada lá no canto,
deixando cinza o brilho no olhar,
encontre o lápis de cor perdido há tanto tempo.
O jeito de pintar eu sei que ainda existe,
essa vontade de que tudo dê certo
daqui pra frente não muda,
é como andar de bicicleta.
Não adianta, por mais que a gente esconda isso,
 sempre faz aquele mantra à meia-noite:
Eu quero ser mais feliz,
 eu quero mais amor,
eu quero mais paz,
eu quero bis,
eu quero uma borracha...
Sei lá, mas todo mundo pede alguma coisa,
ainda que seja em silêncio,
 ainda que seja fingindo pra si mesmo
 que não está pedindo nada,
 que isso é uma bobagem sem tamanho.
Pedir felicidade nunca é demais
e isso não torna ninguém maior ou menor
 dentro das suas convicções e posições.
 A felicidade é um bicho esquisito e alado,
e também a esperança,
quando achamos que se foram,
elas ressurgem como fênix,
depois voam e voam e voam mais,
mas elas voltam, voltam sim,
ainda que se percam pelos ares,
elas voltam e pousam em nós,
ainda que tenham pressa de partir para o infinito.
E a felicidade vive bordada em forma de levezas
 espalhadas por nossos caminhos.
É aquela força inexplicável que vem das entranhas
e vai subindo dos pés à cabeça
 e faz de um simples segundo de um ano para o outro,
uma explosão de sentimentos férteis.
O maior fertilizante é o amor.

[Um ano novo de sentimentos férteis. A verdadeira mudança não está no calendário, está em nossas mãos. Feliz 2013!]



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